Adjútor Alvim*
Faltam líderes ou faltam idéias? |
Sob a ótica dos BRICS, porém, não há como considerar frustrante
o encontro. O provável desenrolar dos eventos poderá deixar mais claras as
oportunidades do Brasil na nova ordem mundial.
Esta foi a primeira reunião do G20 onde os emergentes puderam se considerar participantes em pé de igualdade com os membros do antigo G7. Estes, fragilizados economicamente, foram obrigados a dividir os holofotes com novos personagens da geopolítica mundial. O próprio G20 ganhou ares de fórum oficial de formulação de políticas globais.
Os pontos discutidos foram ao encontro ao interesse brasileiro.Esta foi a primeira reunião do G20 onde os emergentes puderam se considerar participantes em pé de igualdade com os membros do antigo G7. Estes, fragilizados economicamente, foram obrigados a dividir os holofotes com novos personagens da geopolítica mundial. O próprio G20 ganhou ares de fórum oficial de formulação de políticas globais.
Socorro financeiro à Europa: foi decidido o provimento de recursos para ajudar os países europeus
com problemas fiscais, mas contrariamente ao desejado por eles, os emergentes
concordaram em fazer os aportes somente através do Fundo Monetário
Internacional, tornando natimorto o Fundo Europeu de Estabilização. Os valores
ainda serão definidos e, certamente, implicarão em aumento da participação dos
emergentes na entidade, levando à institucionalização do aumento de poder deste
grupo.
Saídas para a crise: o comunicado final do encontro fez menção à intenção de
países como EUA, Alemanha e China de tomarem medidas para estimularem a demanda
interna. Esta foi a fórmula brasileira
para sair da crise de 2008 e que rendeu elogios da comunidade econômica internacional.
Democracia: a presidenta Dilma, ao chamar a Europa de “patrimônio
democrático”, sutilmente ressalta a ausência de democracia na China, reafirma a
busca do Brasil por um ambiente de liberdade política e indica ser este um valor
a ser mantido mesmo concretizando-se as previsões de hegemonia econômica
chinesa.
Piso Básico de Renda: a Organização Internacional do Trabalho propôs um patamar
básico de renda como rede de proteção social. Apesar de não ser uma proposta
brasileira, é inegável que nossa experiência será valorizada, abrindo espaço
para participação dos profissionais brasileiros na formulação destas políticas.
Estes fatores permitem pensar em um Brasil cada vez mais solicitado a participar nas decisões internacionais.
Mas existe a oportunidade de ir além. A China planeja a
longo prazo, mas seu regime fechado dificilmente conseguirá produzir uma
doutrina sócio econômica a ser seguida pelos países democráticos.
Isso abre espaço para que um país democrático em ascensão econômica comece a gerar produção acadêmica para a composição de uma
nova doutrina. Mercantilismo, Liberalismo, Keynesianismo, Neoliberalismo foram
superados e o capitalismo chinês não deve se disseminar.
Proclamam haver um vazio de lideranças. Na realidade há um
vazio de idéias, mortas de inanição pelo pensamento único do financismo.
Precisa-se de uma doutrina que conjugue crescimento com
distribuição de renda, proteção social, democracia, convivência pacífica
interna e externa, preservação ambiental.
Todos esses tópicos crescerão na agenda mundial e o Brasil
tem experiências a apresentar.
Em um desafio clássico de seleçoes profissionais, o
entrevistador propunha ao candidato imaginar a vida como um espetáculo teatral
e responder se se via vendo, atuando ou escrevendo uma peça de teatro.
Chegou a hora do Brasil escrever sua própria peça?
Com a palavra nossos economistas, filósofos, sociólogos,
cientistas políticos e sociais.
*Adjútor Alvim é o "Editor" do blog Casa de Tolerância
Veja também
Quem com Capitalismo Fere, com Capitalismo Será Ferido
*Adjútor Alvim é o "Editor" do blog Casa de Tolerância
Veja também
Quem com Capitalismo Fere, com Capitalismo Será Ferido
otimista e bem escrito. parabéns!
ResponderExcluir