quarta-feira, novembro 9

No Chão!!! No Chão com a Mão na Cabeça - Parte I - Os Fatos


Adjútor Alvim*

O texto abaixo é um levantamento dos principais fatos ocorridos na USP nas últimas duas semanas e que culminaram com uma operação policial para retomada do prédio da reitoria, invadida por estudantes. Análise e opinião virão em outro texto.

Policiamento nos Campus

Em países democráticos, as universidade são locais de administração quase independente do poder público e, muitas vezes, tem corpos especializados de segurança. 

Nos EUA, chega-se a contratar pessoas para acompanhar os estudantes que não queiram transitar sozinhos à noite.

http://en.wikipedia.org/wiki/Campus_police

No Brasil, embora não haja impedimento legal, a entrada de forças policiais nos campi universitários fere a tradição política.

O Convênio da USP com a PM

Em 18 de maio de 2011, o estudante Felipe Paiva é assassinado com um tiro na cabeça na USP, em suposto latrocínio. Um dos participantes da ação é réu confesso.

Em 08 de setembro, a Secretaria da Segurança Pública, a Reitoria da USP e a PM assinam um convênio para aumentar a segurança na Cidade Universitária. Segundo o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, além dos crimes contra o patrimônio, a ideia é coibir o uso de drogas.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0909201130.htm.

A PM passa a fazer rondas nos Campi, chegando a abordar estudantes para revistas.

Segundo relatos, em 27 de outubro, PMs abordaram estudantes de forma truculenta no entorno da FFLCH - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Outros disseram que alunos já foram abordados dentro da moradia estudantil e de centros acadêmicos.

O Delito

No próprio dia 27, três estudantes foram flagrados no estacionamento fumando maconha. A PM deu ordem de prisão aos estudantes. Outros estudantes reagiram, houve aglomeração.

Cerca de 300 universitários e funcionários da universidade fizeram um protesto em frente a FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) para evitar o encaminhamento dos três estudantes à Delegacia. Em juízo, a pena mais comum para este tipo de delito é uma simples advertência.

A PM afirmou ter havido confronto porque os estudantes atacaram um carro em que estava um delegado. Segundo a corporação, três policiais ficaram feridos e cinco de seus carros foram danificados.

A Ocupação Estudantil

Em 28 de outubro, os estudantes ocupam o prédio da administração da FFLCH, e só sairiam quando a PM fosse proibida de entrar no campus "em qualquer circunstância".

Em 1o. de novembro, assembléia de estudantes decide e prédio é desocupado sem danos significativos às instalações.

Em 02 de novembro, à revelia do DCE, grupo derrotado na votação anterior ocupa o prédio da reitoria. Ação é condenada por docentes que aprovavam a ocupação anterior.

Em 06 de novembro, decisão judicial determina a desocupação pelos estudantes e autoriza o uso de força policial, se necessário.

A Retomada da Reitoria

Guarde esta data: 8 de novembro de 2011. Na madrugada, cerca de 400 policiais em carros, cavalos e até helicópteros cercaram a reitoria da USP e retiraram os invasores que desde quarta estavam ali protestando contra a presença da Polícia Militar no campus, na zona oeste de São Paulo.

Três ônibus foram necessários para transportar os 72 estudantes presos até a delegacia.

Paredes e piso da reitoria foram danificados durante o período da ocupação dos estudantes.


As Reinvindicações

Na noite do próprio dia 8, uma assembléia com 2.000 participantes, segundo os organizadores, decretou o início de uma greve geral dos alunos para o dia seguinte.

As reivindicações dos grevistas incluem:
  • a saída da PM do campus;
  • a criação de um grupo para discutir um programa de segurança especial;
  • a renúncia do reitor João Grandino Rodas;
  • não punição administrativa dos invasores que podem ser suspensos ou até expulsos.

E então, formou alguma opinião?

*Adjútor Alvim é o "Editor" do blog Casa de Tolerância

Veja também 
No Chão!!! No Chão com a Mão na Cabeça - Parte II - A Opinião
A Titânica Polícia Militar do Estado de São Paulo 

 

2 comentários:

  1. Alvim não e de hoje que a policia investiga o tráfico na USP.
    Tanto estudantes como funcionários são revendedores de drogas.
    A USP era terra sem lei território aberto para o uso e venda de drogas.
    Quando a policia foi chamada o negócio mixou,vc não vai entrar em confronto com a policia vc faz a opinião publica expulsar como colocando todos contra a policia.
    Existe uma invesão de causa e efeito(uma falácia) na questão da USP.
    Invertesse os valores para a população não saber o que é certo e errado.
    Assim o clima de xrise se torna evidente faltando apenas agora uma VITIMA de preferencia pobre para ser usado como arma de propaganda tanto agora para a retirada da policia como na futura eleição 2012-2014.

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  2. Num país em que o ensino público de inglês, por exemmplo, não sai do "the books on the table", que hoje evoluiu para o português "os livro estão nas mesa" - con referendo e complacente autorização do órgão maior na área, MEC, deprime ver um movimento, sem poder de representação, lutar pelo direito de se drogar e vender tóxicos livremente, enquanto que em outros países, como na França e até mesmo latino americanos como Chile, lutam por causas sociais relevantes.
    A História nos mostra que as grandes e boas revoluções tiveram nascedouro no berço estudantil. Estes fatos nos provam que o processo de idiotização do povo atingiu grau máximo.

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